Qüera sangue bom

Sou Gaudério sim, bombachudo da Querência não me julgue na aparência, queixo duro e ruim de doma. Saio no manotaço, no compasso da batida, com a gaita e o acordeon sou um Qüera sangue bom que respeito os piás e as china no improviso da minha rima. Na Trova com o Xirú, desvio dos Tacurus como um cusco previnido em cima do baio amigo que confio sem rodeio. Estou de saco cheio de ouvir falar besteira da minha tradição. Sou povo Farroupilha do churrasco e chimarrão! E não fujo do boxinxo. Quando piá curtia um Chicho ouvindo o tal de Leonardo com meu tio tomava um trago, mas o papo agora é outro sou do rap, sou da rua, esta é minha cultura e não fujo a tradição, RS meu estado o rap bem bolado ou repente do Nordeste White Jay cabra da peste Hip-Hop aqui se veste no estilo marginal, calça larga, bombacha. Pergunto o que tu acha, quando tu ai se encaixa sem discriminação? Dois estilos diferentes no meio da mesma gente que se sente tão sofrida, ouvida por nós mesmos, te digo sem segredo aquecido com meu pala em meio a chuvas de bala que invade o Rio Grande nas quebradas vejo sangue derramado do mesmo povo. Quando canto como sofro! E a tristeza que me invade no rap é relatada violência não leva a nada. Até surdo já ouviu de tanto que falei! Aqui quem fala é um cuiúdo vulgo White Jay. Tá ligado, né maluco? Sai de trás do Cacurutu, vem de frente segue a rima, dá um giro entra na roda. Se é Qüera não se encomoda Hip-Hop não é moda Hip-Hop mano é F. É como a dança da chula tem que ser um sangue bom ou então tu pica a mula pra não entrar na dança do facão, Barbaridade sangue bom...
Ouve o canto gauchesco e brasileiro, desta terra que amei desde guri, Hip-Hop uma cultura do Rio Grande que se espande do Oiapoque ao Chuí. Sou C.P.I.
Trecho da música do disco Neurose Filosófica confira o som em www.myspace.com/whitejaycpi