quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Histórias que se contam das noites!!

Histórias que se contam das noites!!

Iluminado com uma vela...algo que mais parecia uma cela...

Entre beco e viela...

Começa o drama....

No vidro suado....

E enxugado....

O pai no rosto da mãe!

A mãe no rosto do pai!!

Uma criança,

Duas crianças,

Três crianças,

Quatro crianças,

Num posar meio disfarçado....

Visível põe o dedo no nó da madeira...

Mais um!

Era o  bebê que se arrasta no chão....

Com um ar de repreensão....

Naquele amontoado de gente.

Naquele abafamento  enorme.

De nada se distinguir...

Tudo era chão....

Tudo era teto....

Tudo era pouco....

Tudo era nada....

Aquele  crisântemo róseo,que já morou na sala rosa pálida, com cortinas de seda....

Voltando para mim, e a fazer revelações...

Daquilo que vejo...

Daquilo que vi!!

São coisas arrancadas da rua...

Que me vejo testemunha diante, e de onde estou....

Onde estou?

Onde estive talvez durante horas!!

Chegou a chuva! Pois então era o mesmo que na rua...

E eu mais além,e detrás de uma vidraça fechada!!

Ou no terror onde me tivesse sido mandado penetrar.. .

Penetrar naquele recinto....

Crescendo então, a minha impressão de solidão! !!

Vejo...

Quartos acolchoados atulhado nas ruas, bem em baixo dos meus olhos...

A mulher evita estar presente,  suportando o lugar obscuro, vivendo afogada em meio a multidão que não  vê....

E o esnobe  punha-se a rir, da origem daquela dor....E daquele lugar de suplício....

E eu chego ainda mais perto daquelas almas, em seu estado exposto ao mundo....E que a gente ignora e nega.!!

Nós nunca deveríamos estar descontentes com o que temos!

Pois ali ,percebe-se ,que a vida,não tem mais vida.!!

Atravesso a rua e vejo um cão em súplica...

Respiro e prometo-lhe fazer algo!

Atormentado o animal estava enfermo e pedia e suplicava que ficasse comigo...

Num tom trágico, eu me lancei a águas,o mar era profundamente frio, e eu perguntei onde estou?

E o pêndulo balança...!

E o relógio não estava onde eu havia deixado,estava no chão molhado e meus olhos designando-me que eu estive a chorar muito...


MaryBagesteiro