segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Reforma urbana

Moradia, um dia, será direito de Maria de João, de Ana e de Pedro. O povo não tem medo. A luta é nossa morada, mesmo não tendo teto, e muito menos terreno, o mundo é muito pequeno pra toda a multidão que se espreme e geme clamando por reformas na constituição.
Resistindo à ocupação, ação direta, políticas concretas, o povo clama por reforma urbana. Saúde, saneamento, direitos constitucionais, ordem e progresso segurança e não gás... de lacrimogêneo, bala de borracha, os policiais se acham, nos expulsa e nos esculacham.
Reforma urbana é justa e necessária, uma revolução urgente sem especulação imobiliária. Massacrando nossa gente, criando novos pelourinhos, novos quilombos de aglomerados, povo executado, deslocado pelo estado e a calamidade nos cala mesmo nas extremidades, somos violentados pelas autoridades.
O povo na miséria, triste e infeliz pagando o auxilio moradia do juiz. Barracos nas estradas, nos viadutos e nas praças. Porto Alegre é uma desgraça! Pode crê, é sempre a gente que se ferra! As quebradas tudo em guerra e o Sartori tá na serra. Realmente, nosso fim esta sendo trágico, quem tinha minha casa minha vida foi expulso pelo trafico.
O IPTU aumenta todo ano e a prefeitura não consegue trocar um cano, não arruma uma rua, não termina uma obra, tratam nosso povo como massa de manobra. A gente vota, a gente cobra, a gente se desdobra, mas no fim só leva chumbo, taxados de vagabundos, baderneiros, black blok, mas aqui não tem loki. Vamos seguir peleando tipo lanceiro negro. Governador, prefeito, vocês têm que dar um jeito! O povo não é bobo, nós conhecemos o seu jogo.


By: Rubem White

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