sábado, 23 de abril de 2016

Mão calejada

A mão calejada do dia a dia da enxada.
Sequela deixada, mas não teve a vida manchada.
Desde moleque no jogo, na hora que o galo canta
levanta cedo da cama nunca reclama.
Lembra do fliperama, the last wear o tirava da real 
e pra ele cada dia era como se fosse o ultimo desafio.
Navegando no rio, no River ride dos sonhos ele era o Hero
que o libertava do estigma do carroceiro.
O  relho usado no cavalo, era usado também no menino
que ingênuo nem tinha ouvido falar em destino.
O calo nas mãos não era a pior ferida,
a ignorância era o que mais lhe doía.
Aprendeu desde cedo que ser pobre não é defeito.
Que tinha afazeres e deveres mais também direitos.
E de uma coisa o menino tinha certeza,
que tendo o pão em sua mesa se sentia a realeza. 
Se contentava, mas não se conformava com o que tinha
e sua vida nunca foi mesquinha.
Sempre dividiu repartiu com seus irmãos
e as rédias segurava firme nas mãos.
Seguia a cabresto encilhado, desferrado, mas sempre desenfreado.
Se defendia no manotaço, tipo cavalo ressabiado de tanto levar laço.
o tempo foi passando o menino foi crescendo
e analisando tudo que ia acontecendo.
Quando fez 18 e ai  embaçar se ligou que do quartel ele aia sobrar
assinou o seu gibi e voltou a estudar,  hoje aos 40 é MC vive a poetar.

by. White Jay o Psiquiatra da Rima.