segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Além do corpo físico

Ultrapassando a barreira do som e o campo magnético chegando a 5º dimensão ficando perplexo, tudo o que não tinha nexo agora ganha sentido. Nem mesmo meu reflexo havia percebido. Atravessei o espelho, recordei de mim mesmo, já fritei merda pra comer torresmo. Me teletransportei, acionei a máquina do tempo. Um tratamento de choque foi preciso. Estava com muito medo e indeciso, olhei além do caquedo de um corpo físico. O intelecto é o elemental essencial, a mente o veículo... eu dirijo! O desconhecido pode ser familiar, dejavus, premonições, pressentimentos, não há sem discernimento. O universo conspira entre a calma e a ira, o tesão e o nojo, o silêncio que precede o esporro, o grito de socorro, o desespero de um condenado a viver em um mundo viciado, ruídos em surdos ouvidos, sussurros, gemidos, oprimidos intoxicados deprimidos,  rebites, boletas, arrisco um palpite: sou de outro planeta! Poderia ser um humanóide, um pedaço de asteróide, um astro luminoso, uma estrela cadente, mas sou um mano cabuloso, aos poucos apodreço como carniça devorada por abutres se decompondo exposto aos raios ultravioletas. Acabou meu orgulho, virei entulho. Pudera eu ser uma borboleta, mas humano sou, e se de nada sei, pra nada servirei e mais rápido que a luz, que a transmissão do satélite, antena é o pus, a gangrena, minhas lágrimas são ácidos, me corte um pedaço. Não me deixe chorume por inteiro. Eu posso ser reciclado, eu posso ser passageiro.