domingo, 25 de abril de 2010

Trova e Repentismo

1. TROVA
Se falarmos em trova em qualquer outra região fora do Estado, ninguém terá dúvidas de que se trata da Quadra Popular ou da trova Literária.

1. QUADRA POPULAR - Forma poética escrita, constituída de 4 versos (linhas), rimados normalmente o 2º com o 4º versos. Vem desde os séculos XI e XIV, quando os poetas portugueses já imitavam a poesia provençal. O trovador desta modalidade poética expressa todo um pensamento em uma única estrofe, demonstrando o poder da síntese. Exemplo:

"O dia 10 de setembro,
Foi um dia soberano.
Em que no Seival soou,
O grito republicano."

Obs: Quadra de autor desconhecido, da época da Revolução Farroupilha.
2. TROVA LITERÁRIA - É semelhante à quadra, porém as rimas são do 1º verso com o 3º e do 2º com o 4º. O trovador literário é uma pessoa de bom nível cultural, que sabe condicionar os versos, respeitando os critérios técnicos da trova. Exemplo:

" O que restou da fazenda,
da casa grande amarela!...
Somente a placa de venda,
sobre o moirão da cancela."
Autora: Doralice Gomes da Rosa.

3. MOVIMENTO TROVADORESCO - Em todo o Brasil, é muito ativo o movimento da trova Literária. Esta movimentação se apresenta através dos inúmeros e constantes concursos de trovas. Em consequência, a produção é intensa, culminando com a publicação de livros sobre trovas por toda a parte.

4. UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES - UBT - Entidade de âmbito nacional, que agremia os trovadores literários. A UBT possuí seccionais nas Capitais e estas Delegacias em muitas cidades do interior.


2. REPENTISMO

É verso improvisado na hora e cantado. É feito no repente.

1. O IMPROVISO - o cantador de improviso remonta épocas muito antigas. Segundo registros, a trova em desafios de improviso já existia em Roma , por volta do ano 1.250.

2. NO BRASIL - em todo o Brasil, o cantador popular faz parte do acervo folclórico. Como é natural, em consequência das próprias diversidades existentes entre as regiões brasileiras, eles apresentam características próprias que os distinguem.

3. NO NORDESTE - o repentista nordestino tem grande talento e capacidade de improvisar. São semi-analfabetos quanto a escolaridade e geralmente pobres financeiramente. Muito solicitados para as apresentações em festas e também em épocas de campanhas eleitorais. Normalmente se apresentam em duplas e se acompanham na viola, por isto também chamados de CANTADOR DE VIOLA.

4. NO RIO GRANDE DO SUL - o canto de improviso entre nós, é uma das mais expressivas manifestações da cultura espontânea do Rio Grande do Sul. É talvez, a forma fundamental da música regionalista do nosso estado. Para diferenciar da trova literária, recentemente adotou-se chamar de TROVA GALPONEIRA.


3. TROVA GALPONEIRA
O Trovador do Rio Grande do Sul, na parte do improviso, tem estilo próprio. Sua propagação se deu nos galpões da estâncias para a modernidade das cidades de hoje. A trova galponeira é a arte de improvisar versos em diferentes modalidades de versificação e com diferentes gêneros musicais de acompanhamento, identificadores da cultura gaúcha.

1. INÍCIO - o improviso de antigamente era em quadrinhas, ou seja de 4 versos (linhas), com rimas intercaladas ( 2º verso com o 4º). Normalmente ao som da viola de 10 ou 12 cordas. As primeiras, caracterizavam-se por apresentar melodia livre, as chamadas QUERO-MANAS, do período fandangueiro.

2. TROVA GALPONEIRA - é a denominação atribuída á toda forma de improviso no Rio Grande do Sul. Atualmente as mais conhecidas são: Trova Campeira, Trova Tira-Teima (em desuso), Trova em Milonga, Trova do Martelo, Trova Estilo Gildo de Freitas e ainda a Pajada, que também é improviso.

3. TROVA CAMPEIRA - É a trova tradicional de desafio (disputa), no Rio Grande do sul, com estrofes em sextilhas (6 versos ou linhas). Versos em redondilha maior, onde as rimas são alternadas (2º, 4º e 6º versos) e a métrica é setissilábica, isto é, versos em sete sílabas. Esta modalidade, popularizou-se a partir das comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha em 1935. Seus primeiros grandes divulgadores foram os trovadores e gaiteiros Inácio Cardoso e Pedro Raymundo. Inácio Cardoso introduziu a sextilha (estrofe de 6 versos), que até então cantavam em quadra (4 linhas). Por ter acompanhamento de gaita com a nota musical MI MAIOR, numa ocasião Inácio Cardoso teria chamado de MI MAIOR DE GAVETÃO, sendo que também chamavam esta tradicional modalidade de TROVA CAMPEIRA. Recentemente designou-se chamar de TROVA CAMPEIRA e o gênero musical de gavetão.

4. GAVETÃO - Recentemente adotou-se chamar o gênero da Trova Campeira de GAVETÃO, por estar a melodia entre o chote e a toada.

5. TEMA - Por volta de 1956 surgiu o TEMA nas trovas de disputa, para evitar a repetição de velhos chavões, bem como para testar o conhecimento dos trovadores.

6. TROVA TIRA-TEIMA - Modalidade atualmente em desuso. A melodia difere um pouco do GAVETÃO e não há intervalo musical entre um cantador e outro. A parte poética é a mesma da trova campeira.

7. TROVA EM MILONGA - O trovador improvisa em ritmo de milonga. Normalmente é utilizada em apresentações individuais e não de disputa. As estrofes não tem um número padrão de versos, estes em redondilha maior.

8. TROVA DE MARTELO - Versos em redondilha maior, com rimas alternadas. A música é vaneira e marcha, com início em Mi Maior. A característica é a rima interestrófica, o concorrente completa a rima do outro. Esta modalidade teria surgido por volta de 1955.

9. TROVA ESTILO GILDO DE FREITAS - Os trovadores improvisam em cima da música DEFINIÇÃO DO GRITO, de Gildo de Freitas. Estrofes de 9 versos em redondilha maior, com rima no 2º, 4º, 6º e 9º versos e 7º e 8º entre si.

10. PAJADA - Improviso assemelhado à Trova em Milonga. O canto é lento, próximo à uma declamação, com estrofes de 10 versos. Modalidade com poucos adeptos.


4. TROVA ORGANIZADA
Em 1956 era fundada em Caxias do Sul - RS, a primeira entidade agremiadora dos vates do improviso. Esteve em atividade até 1964. A partir de 1983 inicia-se um novo ciclo associativo, com a fundação de diversas entidades até hoje, sendo que a maioria não subsistiu.


5. FESTIVAIS DE TROVA
A partir da divulgação da trova pelas emissoras de rádio, começaram a existir os concursos ou rodeios, com grandes disputas. A modalidade era a tradicional Trova Campeira. Estes concursos criaram força e propagação, através dos rodeios artísticos e campeiros promovidos pelas entidades tradicionalistas.

1. FESTIVAIS - Com o surgimento do MI MAIOR DE GAVETÃO em 1984 na cidade de Sapucaia do Sul, tem início o ciclo dos Festivais de Trovas. A partir daí, se proliferaram pelo interior do estado. São eventos específicos de trova, com as modalidades: Trova Campeira, Trova do Martelo, e mais recentemente, Trova Estilo GILDO DE FREITAS.


6. REGISTROS HISTÓRICOS
7. TROVADOR MAIS POPULAR - Pedro Muniz Fagundes, conhecido com PEDRO CANGA, da época da Revolução Farroupilha.

8. TROVADOR MAIS FAMOSO - Leovegildo José de Freitas, o grande Gildo de Freitas.

9. TROVADORA MAIS FAMOSA - Doralice Gomes da Rosa, da época do auge da trova no rádio.

10. TROVADORA MAIS IDOSA - Bráulia Vasquez, também tocava gaita de botão. Estava com 82 anos de idade, em 1984 quando foi catalogada pelo IGTF, em Quaraí-RS.

11. MAIS IMPORTANTE CONCURSO - do Rodeio Internacional da Vacaria.
12. MAIS IMPORTANTE FESTIVAL - Mi Maior de Gavetão, de Sapucaia do Sul - RS, criado em 1984 por Derly Silva.

13. PRIMEIRA ENTIDADE - Agremiadora de Trovadores. Associaão de trovadores de Caxias do Sul, fundada em 14.12.56, por iniciativa do trovador CHERENGA.

14. PRIMEIRA ENTIDADE FORA DO ESTADO - Associação de Trovadores e Declamadores do Paraná, fundada em Curitiba a 20.07.90, por iniciativa do trovador Darci Soares.

15. TRABALHO PIONEIRO SOBRE TROVA - O Trovador ou Repentista Gaúcho, estudo de Janeiro de 1981, autoria de J. C. Paixão Côrtes e Dimas Noguez Costa.

16. TRABALHO PIONEIRO SOBRE TROVADORES - Herança de Trovador, livro compilado por Paulo Roberto de Fraga Cirne, editado em setembro de 1982.

17. EVENTO CULTURAL MAIS IMPORTANTE - 1º Congresso Estadual da Trova Galponeira, realizado de 19 a 21 de fevereiro de 1999 em Sapucaia do Sul-RS.

FONTE:Página do Gaúcho.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A história de Flipmen CPI


Jessé Vargas Brasil nascido e criado na Zona Leste de Alvorada-RS em meio á sobrados e APS, com seus 12 anos conheceu a rua, seu irmão tinha um grupo de RAP chamado CHASCK's (Mensageiros) formado por (Speed, DNP e Gui). Era apenas um moleque e como a maioria dos meninos da periferia sonhava em ser jogador de futebol, ou MC, e já arriscava algumas rimas (improviso) nos ensaios. Espelhado sempre nas levadas de B. Funk (Dinamic Rapers), considerado por ele o verdadeiro Gangsta RAP (Estilo agressivo aos ouvidos do Sistema) e também influenciado por mano Thogun-SP que tinha uma pegada Groove em seus Flows (estilo) e Hocus Pocus (1998) que usava os beats"Suaves", estas foram algumas de suas influências musicais. E em 2001 teve seu primeiro contato com a cultura HIP-HOP, através do programa HIP-HOP SUL que foi gravado em sua comunidade. Foi a partir daquele dia que a vida de Flipmen começou a mudar, segundo ele catou um livro antigo e começou a compor seus primeiros versos na contra capa, relatando fatos sobre o cotidiano de sua família que é cristã por parte de sua querida mãe (Dona Janaci), segundo ela cantar RAP ERA O FIM DO MUNDO.

Em 2003 já responsável MC, formaram o primeiro grupo chamado (Nova Kids) molecada do futebol Cordões das Ruas sempre inventando RIMAS á noite inteira em meio as peladas.
Já 2004 criou a Kazébeat's que tornou-se durante um bom tempo um home estúdio ( quarto) o centro de produções , olha como funcionava: um entrava no roupeiro afim de obter boa acústica e isolamento e outro comandava os equipamentos e assim foram colocando suas idéias underground revolucionárias da quebrada para o mundão.
Em 2005 evoluirão musicalmente e formaram a Subtos Undergrounds já na responsa, New School no mundo RAP, conheceu White. Jay (de chegar perto e conversar). Foi o mano que incentivou a rapaziada e deu a oportunidade de cantar a primeira vez em um palco.

Em 2006 através de Tags (assinatura) buscando conhecimento da arte do Graffiti fazendo Intervenções Urbanas por toda a cidade (Alvorada).

E em 2007 com a Crew Underverso já estava no centro da Cidade rimando pelos Flancos com seus beats (batidas) produzidos independentes.

E foi em 2008 o Ápice de FlipMen, já integrado a direção municipal da Nação Hip-Hop Brasil militando organicamente nos principais espaços de decisões político e cultural e também atuando como arte educador em diversas escolas de Alvorada e região metropolitana de Porto Alegre no projeto (Hip-Hop e cidadania da rua para a escola). Também em 2008 participou do 1º Festival de Juventude de Alvorada, levando o 1º lugar na etapa Rap e a partir deste evento foi convidado por White Jay para ingressar na Companhia Pesada do Improviso (CPI).



Em 2009 representou Alvorada no Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) na Cidade de Guarulhos-SP como Mestre de Cerimônia (MC) e discutindo as pautas do movimento estudantil organizado pela União da Juventude Socialista (UJS) entidade a qual também contribui.

Planos para 2010: Lançar a Estratégia Pensada (EP) da Companhia Pesada do Improviso, e lançar o (Projeto Caixa Tape) com a parceria do mano Will Coiote da (CUFA), aguardem...



Flipmen diz: Agradeço muito ao mestre White jay, pois, com ele aprendi o que representa o Movimento HIP-HOP, a importância e a responsabilidade dos 5 ELEMENTOS, eu que pensava que Hip-Hop era somente fazer Freestyle pela cidade, percebi que tinha um baita poder em minhas mãos e que deveria aprender a usar de forma positiva.



Mensagem: Acredite no que te faz feliz, pois o Hip-Hop é minha felicidade!!!

Discografia no Site: www.bandasdegaragem/caixamixtapeIII
www.construtoradepalavras.com.br/

terça-feira, 13 de abril de 2010

A rima pode te fazer mudar


Os improvisadores se reuniram nos fundos de casa, microfones, caixas de som, pickups e churrasco na brasa, iniciou a peleia de rima uma em cima da outra no compasso da batida. O Rap é a saída das condições negativas, queimando neurônios gastando saliva, suando a camisa é o que o povo precisa pra se libertar do preconceito de todas as formas, a única norma União, Paz, Fé e Persistência. Consciência e atitude, ei mano, ei mina mude! Não fique de fora do rap de hora, faça como Marratma, Malcom, Zumbi e marley coloque seu protesto, sua idéia no freestyle. A companhia é de peso somos os mesmos revolucionários e suspeitos até o osso com Hip-Hop na veia e ela pulsa alimentando a esperança de corações sofridos, rimadores dos guethos improvisando o cotidiano nas andanças das quebradas com nossas levadas, pois sempre existirá um MC determinado a completar sua missão, trovadores de glória com histórias pra contar não é em vão.Beatboxing por favor! Não pare o beat! CPI está aqui por isso o Rap existe e persiste em rapiar, frestylizando até a matina sem perder o flow da rima. Tu sabe o que é isto? Rap, Hip-Hop por amor a cristo! Só queremos festejar e curtir com a família, resgatar a mulecada e seguir nossa trilha e assim escrevo rimas dentro do buzão, porque informação pra nós é tudo, leitura,rima,cultura,conteúdo.Sempre preparado para a batalha,aqui é CPI um sequela que nunca falha, transforma em tralha os falsos MC’s to falando dos comédia que andam por ai, rappers de internet sai de tráz da tela, vem nos enfrentar na esquina da favela, aqui não é novela o Mic ta aberto e é preciso coragem o Rap não é viajem, muito pelo contrário é nosso poder, nossa energia pra enfrentar o dia a dia cheio de preconceitos, não somos perfeitos há muita contradição, pois a mudança depende de cada irmão, então aumente todo grave e ajuste o agudo eu não me iludo com o jogo sujo, politicagem, corrupção apodrece o mundo. O peso dos falantes atrai multidões dentro e fora dos salões mas o propósito é um só… tirar nossa favela das drogas e xilindró!

Projeto Vidas Paralelas



Estamos compondo a rede de apoio do Projeto Vidas Paralelas do Minc, este que tem o objetivo de relacionar as interfaces do cotidiaano do trabalhador e assim contribuir para a melhoria das condições de trabalho pautando a saúde do trabalhador em todos os setores.A rede de apoio é formada e organizada pelos CERESTS(Centro de referencia em Saúde do Trabalahdor. Para avançarmos de fato no processo de inclusão social é preciso se inserir cada vez mais na luta por condições dignas de trabalho e Educação com qualidade!







Confira mais informações ao lado no link Trechos percorridos